Junho está chegando e com ele vem as famosas festas do mês. Popularmente conhecidas como festas juninas, estas acontecem por todo o Brasil, mas tem força excepcional no Nordeste. Por lá, elas têm o poder de mudar, e muito, a rotina dos nordestinos.
Para se ter ideia do impacto e da importância dos festejos juninos para os sertanejos, é comum ver retirantes, que hoje moram no sudeste, negociando suas férias ou trocando suas folgas de fim de ano pelas datas que permeiam a festa. Só para estar presente no São João. As empresas de transporte, claro, são as primeiras a lucrar com este curioso fato.
É importante ressaltar que o clima mais ameno e até frio em algumas regiões do país, juntamente com estas festas, são responsáveis por alavancar a economia nacional nesta época do ano. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação – Abia, a expansão prevista nas vendas totais do varejo vai chegar a 30%, em 2016, em relação ao ano passado. Para a associação, a ideia é investir na diversificação de novos produtos a partir de matérias primas utilizáveis para a alimentação nas festas como, por exemplo, o amendoim. As indústrias produtoras destes alimentos consideram que a época seria o Natal delas e pretendem investir em customização/decoração dos pontos de vendas. A Abia afirma, ainda, que, quanto antes a preparação para a época começa, mais os consumidores se lembram da data e começam a comprar os itens.
O São João, na realidade, é o nome dado no Nordeste à toda a comemoração junina e não só ao dia do santo homônimo – 24 de junho. Além dele, os santos mais famosos do mês são Santo Antônio, comemorado no dia 13 e São Pedro e São Paulo no dia 29 fazem parte da comemoração. Nos primeiros eventos, quando a comemoração ainda imperava somente na Europa, o festejo só homenageava São João e era chamado de Festa Joanina. Com sua popularização, e consequente inserção dos outros santos católicos, o nome evoluiu para Festa Junina.
No restante do país, a tradição junina é mais utilizada como instrumento pedagógico em escolas e também é muito realizada por igrejas católicas. Nestes locais, estas festas trazem à tona uma forte influência caipira e a tradição das quadrilhas – dança típica da data, onde casais se divertem ao som de músicas animadas e passos ensaiados.
Como pode ser facilmente percebido, a comemoração junina é um apanhado de tradições. A quadrilha dançada no sudeste, por exemplo, é advinda de uma tradicional dança que era encontrada nas festas da corte portuguesa quando o Brasil ainda era colônia. Já nas festas mais importantes do nordeste, há outras características específicas: em Caruaru (PE), há a exaltação dos bonecos de mamulengo, bandas de pífano e a literatura de cordel. Já Campina Grande (PB), o conhecido “maior São João do mundo”, traz dois milhões de pessoas às ruas, por 30 dias, ao som do forró.
Nunca é ruim lembrar que soltar balões é uma antiga tradição destas festas. Hoje, a ação é proibida e a prática tem diminuído a cada dia. Porém, a ação ainda acontece e, apesar de parecer bela, é extremamente perigosa. Os incidentes são terríveis e podem ter consequências gravíssimas, como incêndios enormes, mortes e perdas de bens materiais.
A culinária é um capítulo especial para a data. As comidinhas típicas esquentam a época e rendem grandes momentos, tanto para quem vai à estas festas, quanto para quem só quer dar uma esquentadinha em casa. Rapaduras, amendoim torrado, bolo de milho, canjica, paçoca, arroz doce, pamonha, pipoca, milho verde na espiga, pinhão cozido e maçã do amor são somente algumas das inúmeras opções para o mês. Algumas receitas, podem ser encontradas . Deu até fome agora, não é mesmo?